Depois de ter passado uma tarde inteira movido à samba no Cariocando Bar e de uma dormida para renovar as forças, acabamos chegando (eu, Carol, Yve, Núbia e Kris) atrasados para ver a Musa da diversidade sexual nas areias do Cabo Branco. Sob gritos de "necessáaaaaaria" e "absoluuuuuuta" ainda consegui ver uns 40 minutos de uma Ana Carolina que faz jus a tudo o que conquistou, sobretudo do ano 2000 pra cá, tendo sido um dos artistas que mais venderam discos até então.
De minha parte, nunca tinha visto em nenhum outro show dos que já fui, a praia de Cabo Branco tão lotada, o que só comprova a força da música (e em muito também, da personalidade que é Ana Carolina).
Dona de uma voz em Contralto, mas que é capaz de alcançar agudos incríveis, Ana atrai realmente públicos os mais diversos, e sua música, que vai do Rock à embolada, do Samba ao Funk, do Tango à Música Eletrônica e que mistura não só os ritmos, mas também os discursos - moralistas, políticos, românticos, sacanagem pura - ajudam e muito na formação dessa massa de gente tão diferente, mas que a idolatra de maneira intensa como é sua voz - E como grita!!!
Das que ainda consegui ver, estavam "Quem de nós dois" (um de seus maiores sucessos), "Encostar na Tua", "Cabide" (quando ela tocou pandeiro e ainda emendou com "Implicante"), "Rosas" e terminou o setlist com "Uma Louca Tempestade" (que apesar das previsões, ainda bem que não caiu), uma das músicas mais fortes que ela tem na minha opinião. Voltou para o bis para "Garganta" (numa batida meio eletrônica), fazendo o público cantar a música que a lançou para o cenário nacional.
Nota: E vai se fortalecendo (pelo agradecimento pessoal da própria Ana deu pra perceber) o nome de Chico César como grande responsável pela vinda dos artistas que estão nesse festival: "Agradeço a Chico César por ter me trazido pra cá. Valeu Negão!" foram suas palavras. Ele sabe como pisar no coração de uma mulher, o que também se repetiu para Maria Bethânia (próximo post).
De resto, a audiência acompanhava cantando com sagacidade e paixão, que é marca registrada da maioria das composições da artista, que gosta tanto de falar de amor, de dor, de coragem, de desejo, de perdão e sempre de maneira muito pesada no cantar e nas batidas sempre presentes, de um violão.
Dos registros que encontrei, talvez esse seja o que melhor mostra a performance de Ana, bem como a força da sua voz e a paixão do público: http://www.youtube.com/watch?v=1HU3n9CLjTE&feature=related
Mais uma vez, música muito boa, tudo começando no horário, um público altamente civilizado - até os banheiros foram invertidos num lampejo de bom senso de algum organizador municipal da festa (reclamação que até tinha registrado no show de Margareth) e, só restou, novamente, ir para o Bebe Blues Come Jazz, encontrar com personagens sentimentais do Mad Max e viver intensamente o que restava de (mais uma!) noite de verão.
Allez!
foto: www.tevinabaladapb.blogspot.com
Ahhh o verão!!!
ResponderExcluirQue show!! Cabide, Encostar na tua e Garganta, valeu demais o show.