Ainda que meio atrasado, mas para fazer um bom registro da noite campinense.
Desde a boate One em Campina, que funcionava ali na antiga Vila Borghese, bem em frente ao Dr. Chopp (com ótimos motivos meio oitentão) não se estruturava uma outra casa de vergonha. Até agora.
Definitivamente, a The Time Club (http://www.thetimeclub.com.br/) pode ostentar a designação de boate, não de um galpão, maquiado com uns panos (já viram isso?) e com uns exaustores que matam o povo de calor dentro, enquanto um jogo de luz de 1990 resgatado das festas da aranha (alguém viveu isso?) lá do Alto Branco ficam piscando, e você sempre se lembra que, uma hora ou outra, vai tocar "Fazer amor de madrugadaaaaaaa..." e aí você pensa: sim, sim! Estou na velha e provinciana Campina Grande!
Estrutura decente, Jogo de Laser pesado, mas definitivamente com um projeto de ambientação, som e engenharia de som (pesado mesmo), sem nada arranjado de última hora, com "gambiarras" conhecidas e todas as dificuldades do mundo tão comuns nos arremedos de boates que aparecem por aí. Várias TV's de 40 polegadas espalhadas pelo bar - que por mais que ficasse cheio, permaneceu com bom atendimento, com uma barwoman comandando o serviço.
No fundo da boate tem uma área bem legal, tipo um lounge, onde a galera sai pra fumar, com umas mesinhas, num terraço elevado, bem em cima de onde ficam os banheiros, bem arrumados e organizados.
Nota de serviço fraco foi (como quase sempre é), a turma de apoio na entrada. Meio desorganizado e um pessoal quase sempre despreparado. Onde deveria se prezar a simpatia e a cortesia (afinal se está pagando por um serviço) impera a antipatia e o sempre conhecido estilo brucutu de ser. Mas nada que ofusque o brilho da noite e a qualidade do som e da luz na boate.
O residente/empresário Raphael Almeida começou a noite tocando as que estão bombando no fim de 2011 e início de 2012, abrindo a noite para a grande atração, Milena Scheide, catarinense e que, segundo alguns sites, já tem se destacado no cenário nacional como uma das boas promessas nas pick-ups nas boates e festivais. Integra um coletivo de música eletrônica chamado de Female Angels, e toca em todo o brasil (além de boa parte da América Latina) e também tem começado boas incursões pela Europa, já tendo se apresentado, inclusive, em Ibiza, ao lado de grandes nomes da cena Eletrônica.
Ela esbanjou simpatia e também com um toque de sensualidade, começando a tocar com um terninho vermelho, mas logo estava sem ele, deixando a mostra suas tatoos com motivos meio indígenas, pelo que deu pra ver. Sempre que solicitada, estava fazendo fotos com os fãs, que se revezavam para conseguir registrar o momento com a beldade que, muito mais do que isso, mostrou realmente, para os apreciadores da música eletrônica, que sabe muito. Muitos loops, muitos ecos e passagens impecáveis, com muita técnica mesmo. Bastava olhar pra ver que ela não estava só passando as músicas não, tava botando pra quebrar mesmo.
Mas também, são pouquíssimos os que gostam mesmo. Quando ela começou (porque não tocava os hits somente, mas fazia evoluções de quem conhece mesmo) foi exatamente o momento em que só ficou quem gosta mesmo da música e gosta de dançar e não de ficar pagando de playboy emgomadinho e patrícias de salto agulha atrás de alguma mesa metálica com um litro de alguma coisa fazendo caras e bocas...
De parabéns, novamente, Raphael Almeida. Tomara que Campina suporte, pelo menos por algum tempo, a boate. Quiça possa se criar (coisa dificílima por aqui) alguma cultura diferente na cidade, que vive há décadas, um marasmo tremendo de casas boas e que, parece, por serem boas, terem uma proposta legal (vide bronx, lennon, a própria One...) acabam findando muito mais pelo povo do que por outra coisa.
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