Antes de mais nada, é bom que se registre o nome da casa de show: Mastodonte. E claro, todos perguntam o porquê da designação. Lendo (http://www.parahybaconvention.com.br/novo/geral/layout.php?subaction=showfull&id=1295475483&archive=&start_from=&ucat=1&) sobre a casa de show no site do Parahyba Convention Bureau encontra-se a notícia de que, a princípio, o local estava destinado a ser um posto de gasolina. Mas quando começaram as escavações para os tanques, foram descobertos fósseis desse animal pré-histórico. Daí surgiu a intenção, hoje consolidada, de criar um centro turístico onde hoje está o empreendimento que, então, foi batizado com o nome do animal.
As primeiras impressões (antes de chegar à casa de show) não foram as melhores: um engarrafamento daqueles fez com que, em média, se gastasse uma hora para conseguir chegar ao local do evento no km 165 da BR 230 (Lagoa de Dentro - Município de Puxinanã - 10 km de Campina Grande) onde também não tinha mais onde estacionar.
Não havia lugar e, onde havia, existia também o risco de atolar o veículo. Assim, as margens da transamazônica se transformaram em estacionamento, bem como dentro das ruas do Distrito (onde estacionei o meu carro). Bom que a polícia rodoviária estava a postos e não deixou a coisa virar uma verdadeira bagunça.
Dentro, parece que a casa pode vir a ser uma boa forma de termos alguma concorrência que melhore a maneira como somos tratados por outras casas de shows na região. Empresários, há anos, não fazem uma melhora sequer para amenizar o péssimo atendimento (entradas, bebidas, acessibilidade), as estruturas obsoletas, em currais (dentro das casas de show) feitos com andaimes, bebida de má qualidade, acústica terrível.
De fato, a Mastodonte, que não é tão grande assim (deve caber ali umas 8 ou 10 mil pessoas, no máximo) tem boa estrutura. Pendem do teto, muito elegantemente, 15 enormes luminárias que dão um ar de local bem apropriado para formaturas e festas de 15 anos o que - sendo mais perto do que a Quinta da Colina - provocará também concorrência para esses eventos (principalmente por ser bem maior). O teto é arquitetonicamente preparado para propagar o som em todas as direções. Som aliás que estava de muito boa qualidade, registre-se.
O show de Zeca foi muito bom. O maior bom vivant que o Brasil tem na minha opinião estava bem a vontade, animado, tomando a sua cerveja (aliás, a marca dela era o ponto fraco da festa, certamente obrigado pelo patrocinador do cantor...) que era reabastecida sempre que preciso.
O palco repleto de músicos de primeira qualidade, cerca de uns 20 ou 25 para fazer o repertório quase o tempo todo animado. Começou com "Samba pras moças" e depois entrou com "Jura". A partir daí vieram todas as que se espera de um show desse (as que me lembro): "Coração em Desalinho"; "Poxa"; "Maneiras"; "Verdade"; "Vai Vadiar"; "Uma prova de Amor"; "Água da Minha Sede"; "Ratatuia"; "Judia de Mim"; "Casal sem Vergonha"; "Seu Balancê"; "Lama nas Ruas".
O tempo inteiro Zeca se mostrou animado, levantando sempre brindes para a audiência, que, claro, se animava ainda mais, vendo que o próprio artista se diverte, tanto quando o público e, bebendo, como ele.
Terminado o show do Pagodeiro, apesar de muita gente ter ido embora, Santanna entrou para mudar o ritmo, mas não o clima da noite. O povo agora, agarrado, dançava o melhor forró pé-de-serra desse cearense do Juazeiro do Norte, que representa muitíssimo bem a carga cultural que lhe foi legada pelo grande Luiz Gonzaga.
O aboio, as cantigas das rezadeiras e das parteiras, a vida da lide do gado, as agruras do sertão, mas também o amor do caboclo nordestino (aos rabos-de-saia e à terra), dos arrasta-pés, a esperança na chuva, o apego à religiosidade são assuntos que povoam as suas canções, que o povo dançava e cantava com grande animação (até rimou).
Não fiquei até o final, mas ainda escutei, feliz: "A natureza das Coisas"; "Se tu quiser"; "me dá meu coração" (para mim uma das mais bonitas); "Vontade"; "Lembrança de um beijo"; "Pra nunca mais tu me deixar"; "D'estar"... todas elas fazendo o povo suar e já esperar feliz pelas palhoças no Parque do Povo...
Campina e região ganham, aparentemente, um novo empreendimento que começou bem. Com percalços de primeiro show, mas nada que retire o brilho da festa e a promessa de que teremos oportunidade de assistirmos shows com uma estrutura digna, como a cidade merece, sem sermos sempre empurrados para galpões sem estrutura, com péssimo serviço (de restaurante e de som), pagando caro e sendo desrespeitado enquanto consumidores.
A casa, inclusive, anunciou grande show internacional para o próximo mês. Tomara que seja um começo para colocar a cidade na rota de shows culturalmente relevantes, como o da noite de sábado.
show international? hummmmm muito interessante... quem sera????
ResponderExcluirPois é, show internacional. Lá foi anunciado Billy Paul para Junho. E já fiquei sabendo também que será Billy Paul e Paula Fernandes.
ResponderExcluirPois é, show internacional. Lá foi anunciado Billy Paul para Junho. E já fiquei sabendo também que será Billy Paul e Paula Fernandes.
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