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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

David Guetta - 12 de Janeiro de 2012 - Centro de Convenções - Recife - PE

Para o amigo Fernando Jr.

Definitivamente, mais uma prova de que hoje, sozinho, o sujeito pode virar um astro sem exatamente ser um grande cantor ou instrumentista. É uma grande mistura de talento intuitivo musical, com todas as possibilidades que a eletrônica proporciona, além de parceiros musicais e produtores de peso.

Mas deu pra perceber que é muito mais no show ao vivo. É uma verdadeira mistura de sensações que não se resumem a ouvir uma música que pega feito jigles de propaganda, uma atrás da outra. A gente se empolga com o que vê - matuto emprenha pelos olhos, como se diz. E eu continuo sendo um grande matuto, porque a visão, nesse caso é um grande catalisador daquilo que se escuta.

Nota ruim, de profundo desrespeito ao consumidor, que paga caro pra assitir o show: a entrada. Desorganizada a mais não poder. E olha que o povo do Recife (e todo mundo de várias partes do nordeste) foi bem educado, porque do contrário, os madeiritos que formavam a entrada/funil tinham ido pro beleléu fácil, fácil. Ainda bem que não aconteceu. Outrossim, a tal da pista premium tomou toda a extensão na frente do palco até o fundo, a pista simples ficou bem na lateral, mas não tava incomodo não, só para registrar que daqui a pouco, a parte privilegiada, que é, normalmente pra ser menor, estará bem maior. Será VIP ficar na pista comum, espaço bem mais reservado. Uma Casa Grande e Senzala ao Contrário. Agora só sendo ultra-super-Vip pra ter algum privilégio - área lounge, massagem e uísque na faixa.



E tudo começa com um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=doCVwcknfUA) onde Will.i.am, Rihanna, Pitbull, Norman Cook, Chris Willis, Afrojack, Akon, Snoop Dogg, Sia e outros falam do quanto ele mudou a cena da música eletrônica, e realmente aproximou ainda mais a música pop dançante com a batida eletrônica, tão bem encaixada por ele nas produções desses artistas. Alguém diz que ele está no topo, e agora faz de tudo para não sair de lá. Não é fácil ter músicas no topo das paradas em mais de dez países ao mesmo tempo. Ele diz qu gosta de tocar e ver a reação do povo na platéia. Acho que o Recife lhe deu gratas surpresas...


E eu, que ainda me embasbaco com tanto laser, ouvi a minha irmã me perguntar, logo na primeira música: "E é David Guetta em 3D, é?". E realmente, durante todo o show, percebi que as luzes e os lasers não são mais apontados para quem está em cima do palco, mas pra quem está embaixo, numa grande interação e criação de um clima de grande Rave. Além disso, é fogo que sai do palco, muito gelo seco, papel picotado laminado voando, fitinhas que voam para a platéia do palco. Tudo embeleza o espetáculo.

Já na primeira música, "Sweet" http://www.youtube.com/watch?v=xHBU10x7ZrA&feature=related deu pra perceber que o show seria inesquecível. De fato, estando agora, definitivamente na rota internacional de grandes shows (e no estilo Armin Van Buuren e Pitbull também já estão a caminho) o Brasil parece que tem a capacidade de embasbacar os gringos. Vários, depois das primeiras vindas ao país, ficam encantados e surpresos como suas músicas são tocadas (e cantadas, gritadas!!!) e ficam (como o próprio Guetta) dando várias oportunidades para a platéia se esganar nas suas músicas. Pra quem é DJ é fácil, é só baixar o som e se deliciar, sozinho, em cima do palco... 15 mil pessoas dá um coral e tanto, não?




E logo no começo, ele disse que aquilo era uma festa enorme, e perguntou se o povo estava pronto. E estava, muito pronto. Todos os vídeos que procurei só dá pra ver um pedaço das músicas, porque depois, a loucura toma conta e o vídeo fica completamente impossível de ver. Dos que ainda se consegue ver bem, consegui esse, de Memories (http://www.youtube.com/watch?v=IhRmDurUwCo) e de Love is Gone (http://www.youtube.com/watch?v=iZIWUCPt1l4&feature=related). Todos mostram o quanto a iluminação daria para sustentar uma pequena cidade de tanta energia disparada pra todos os lados.

Ainda que o show seja recheado de hits (Titanium - Memories - Give me Everything - Where them Girls At - Levels - Club Can't - The World is Mine - Little bad Girl - Rolling in the deep - Sexy Bitch - Gettin' Over You - Love is Gone), ainda dá pra perceber que ele faz remontagens de suas próprias músicas, e usa loops, ecos, distorções entre outros, num quebra cabeça que a galera vai descobrindo e montando ao longo do show. Tudo sempre com muita luz e empolgação. Dele, no palo, e da galera.


Assim, Recife se deliciou e consolida, cada vez mais seu porto seguro em relação aos shows de grande porte, sobretudo os internacionais. Encerrou com Without You e I've Got a Feeling (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=scGNAOc0EF8), e este vídeo foi filmado do palco, e dá pra ver como a galera reagiu ao hit final do Francês que esbanjou alegria e simpatia na Veneza Nordestina.

Lembrei de outro dia, também muita música, mas bem diferente. 2007 e era um tal de Norman Cook, chamado de Fat Boy Slim em uma platéia bem diversa: quase 100.000 (cem mil) pessoas loucas pulando no marco zero. De lá, ficaram algumas coisas: o gosto pelo som, as amizades e o que tinha que ficar.

Tudo com Heineken e na companhia da minha mana, que dançou como eu nunca vi e de Carol, transformando os dias comuns, de quinta, em domingos de carnaval...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Patusco e Rica Amaral - 30 de dezembro de 2011 - Pipa - RN



Das duas, uma (como bem concluiu Carol): Ou o cachê da banda foi cortado pela metade, ou então eles se recusaram a continuar com o show daquela maneira, porque o som estava uma porcaria, parecia que a banda não tinha levado um surdo sequer para o palco, em plena noite de pré-Reveillon em Pipa.

Se foi outra coisa, não deu pra perceber, pelo menos não de onde eu estava.

De fato, se no ano passado (http://sonstempoesilencios.blogspot.com/2011/01/o-som-da-pipa.html) o grupo pernambucano foi a grande atração, com uma performance de fazer balançar a Calangos, esse ano deixou muito, muito a desejar, com uma apresentação que se durou uma hora foi muito, que não empolgou, com um som horrível, muito longe do que aconteceu no ano passado e do que é normal para a bateria.




No ano passado, a apresentação foi apoteótica, a banda desceu pra tocar junto com a galera, foi uma empolgação só. Nada nem perto do que aconteceu no penúltimo dia do ano que findou, na Calangão, em Pipa.

Uma grande decepção ter esperado tanto (o show já começou bem tarde, mais de 3 da manhã) para ver uma apresentação pífia, não sei também se pressionado de alguma forma pela loucura que é a praia da Pipa com música eletrônica. Ainda mais quando Rica Amaral (um dos melhores do Brasil) iria se apresentar logo em seguida. Talvez por isso até se justificasse o pouco tempo de show, mas a qualidade, nada justifica.

De fato, Rica é consagrado no Brasil e bem reconhecido internacionalmente. Também estava (e na mesma ordem de apresentação) no ano passado, mas nesse ano, parece que tomou a cena, definitivamente, de Patusco. Foi eleito por vários anos como melhor DJ do Brasil e integrou vários festivais importantes como o próprio Rock in Rio,o Free Jazz Festival o Planeta Atlântida e o Liquid Time. É psi-trance, então tem que estar com todo o gás pra acompanhar. E talvez a decepção de Patusco não tenha deixado nadinha de gás, porque logo fomos embora, mesmo tendo deixado, ao que parece, a galera começando a pular louca no pré-reveillon de Pipa.

Bola fora pro patusco. Parecia engasgado com genipapo, como o pato do Vinícius. Fiasco.

The Time - 03 de dezembro de 2011 - Seduction Party


Ainda que meio atrasado, mas para fazer um bom registro da noite campinense.

Desde a boate One em Campina, que funcionava ali na antiga Vila Borghese, bem em frente ao Dr. Chopp (com ótimos motivos meio oitentão) não se estruturava uma outra casa de vergonha. Até agora.

Definitivamente, a The Time Club (http://www.thetimeclub.com.br/) pode ostentar a designação de boate, não de um galpão, maquiado com uns panos (já viram isso?) e com uns exaustores que matam o povo de calor dentro, enquanto um jogo de luz de 1990 resgatado das festas da aranha (alguém viveu isso?) lá do Alto Branco ficam piscando, e você sempre se lembra que, uma hora ou outra, vai tocar "Fazer amor de madrugadaaaaaaa..." e aí você pensa: sim, sim! Estou na velha e provinciana Campina Grande!

Estrutura decente, Jogo de Laser pesado, mas definitivamente com um projeto de ambientação, som e engenharia de som (pesado mesmo), sem nada arranjado de última hora, com "gambiarras" conhecidas e todas as dificuldades do mundo tão comuns nos arremedos de boates que aparecem por aí. Várias TV's de 40 polegadas espalhadas pelo bar - que por mais que ficasse cheio, permaneceu com bom atendimento, com uma barwoman comandando o serviço.

No fundo da boate tem uma área bem legal, tipo um lounge, onde a galera sai pra fumar, com umas mesinhas, num terraço elevado, bem em cima de onde ficam os banheiros, bem arrumados e organizados.

Nota de serviço fraco foi (como quase sempre é), a turma de apoio na entrada. Meio desorganizado e um pessoal quase sempre despreparado. Onde deveria se prezar a simpatia e a cortesia (afinal se está pagando por um serviço) impera a antipatia e o sempre conhecido estilo brucutu de ser. Mas nada que ofusque o brilho da noite e a qualidade do som e da luz na boate.

O residente/empresário Raphael Almeida começou a noite tocando as que estão bombando no fim de 2011 e início de 2012, abrindo a noite para a grande atração, Milena Scheide, catarinense e que, segundo alguns sites, já tem se destacado no cenário nacional como uma das boas promessas nas pick-ups nas boates e festivais. Integra um coletivo de música eletrônica chamado de Female Angels, e toca em todo o brasil (além de boa parte da América Latina) e também tem começado boas incursões pela Europa, já tendo se apresentado, inclusive, em Ibiza, ao lado de grandes nomes da cena Eletrônica.

Ela esbanjou simpatia e também com um toque de sensualidade, começando a tocar com um terninho vermelho, mas logo estava sem ele, deixando a mostra suas tatoos com motivos meio indígenas, pelo que deu pra ver. Sempre que solicitada, estava fazendo fotos com os fãs, que se revezavam para conseguir registrar o momento com a beldade que, muito mais do que isso, mostrou realmente, para os apreciadores da música eletrônica, que sabe muito. Muitos loops, muitos ecos e passagens impecáveis, com muita técnica mesmo. Bastava olhar pra ver que ela não estava só passando as músicas não, tava botando pra quebrar mesmo.

Mas também, são pouquíssimos os que gostam mesmo. Quando ela começou (porque não tocava os hits somente, mas fazia evoluções de quem conhece mesmo) foi exatamente o momento em que só ficou quem gosta mesmo da música e gosta de dançar e não de ficar pagando de playboy emgomadinho e patrícias de salto agulha atrás de alguma mesa metálica com um litro de alguma coisa fazendo caras e bocas...

De parabéns, novamente, Raphael Almeida. Tomara que Campina suporte, pelo menos por algum tempo, a boate. Quiça possa se criar (coisa dificílima por aqui) alguma cultura diferente na cidade, que vive há décadas, um marasmo tremendo de casas boas e que, parece, por serem boas, terem uma proposta legal (vide bronx, lennon, a própria One...) acabam findando muito mais pelo povo do que por outra coisa.