Dia 29 de Janeiro, sábado, depois de matar a vontade de comer subway, praia de Cabo Branco para ver o show de Sex On the Beach e Mano Chao.
A primeira banda é instrumental e toca Surf Music (e também rock n' roll), abriu o show e foi muito aplaudida, sobretudo pela galera de Campina Grande, que prestigia a banda em suas apresentações na cidade (no Bronx, sobretudo). Ótima sacada, pois não conheço ninguém fazendo surf music na Paraíba além deles.
O outro show, o de encerramento do Estação Nordeste, era o de Mano Chao. Ele fez muito sucesso aqui no Brasil com o disco “Clandestino”, que é resultado das andanças desse artista muito carismático e empolgado, que sempre mistura ritmos e línguas em suas composições.
De fato, não se precisa conhecer todas as músicas para gostar do show de Mano Chao. É tanto ritmo gostoso de se curtir que parece que a gente vai dançando sem nem sentir. E as letras aparecem em inglês, em francês, em espanhol e em português. Além de galego. Das mais conhecidas (e esperadas pelo público para cantar junto com ele) estão Bongo Bong, Desaparecido, Me gustas tu e (talvez a mais de todas elas) Clandestino.
Mas é também de se notar que a presença dos únicos dois companheiro de Mano são extremamente relevantes em sua atuação. Sobreleva-se ainda mais a presença do guitarrista/violonista Madjid Fahen. O homem é muito fera e, além disso, extremamente performático.
Não sabia exatamente o porque da sua tamanha aproximação com o Brasil (ele fala português bem claramente). Mas pesquisando, descobri que ele morou no Ceará e lá tem um filho adolescente. Em outra oportunidade, em 1992, ele (e sua banda) tocaram ao longo da Costa da América Latina, parando, de barco, nas cidades portuárias. Tocaram na ECO-92 no Rio de Janeiro, assim, chegando lá de barco.
Apesar de ser francês, não vejo muita influencia da música francesa no show de Mano. E apesar de uma predominância de ritmos latinos durante a apresentação, também se sente uma tendência bem punk bem underground na tocada da banda (apesar de somente contar com violão, guitarra e bateria). E as letras também estão sempre a falar de alguém que está perambulando pelo mundo, pelas ruas, meio perdido, “clandestino”, curtindo viagens (em todos os sentidos), experiências sonoras as mais diversas, a paz, a tolerância e o amor.
Muito disposto no palco, acho que o show durou muito mais do que duas horas, tendo sido, inclusive, um pouco flexibilizada a lei do silencia na orla, pois passou bastante da meia-noite e Mano voltou para o bis duas vezes. Um show muito empolgante e dançante, onde se viu um artista muito entregue à festa inteira, e passou tal entrega para a galera nas areias da praia do Cabo Branco, mais uma vez premiada com uma apresentação memorável, fechando com chave de outro o projeto Estação Nordeste.
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