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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tumulto! Oia Rappa!



De todas as bandas que gosto, acho que nenhuma delas tem tanta energia em um palco quanto O Rappa.

Aliás, essa não é a única (boa) característica dessa banda que já acompanho desde seu segundo disco, em 1996. Aliás, boa parte das músicas desse disco acabaram virando hits obrigatórios da banda em qualquer dos seus shows, como A Feira, Vapor Barato (Waly Salomão e Jards Macalé, Ilê Ayê, Hey Joe, Pescador de Ilusões,Homem Bomba e Tumulto (ainda que nem sempre eles consigam tocar todas nos shows).

De fato, além da força imcomparável que a banda tem ao vivo, onde a gente quase sente que aquele será o último show da banda, de tanto que Falcão se entrega à galera, o Rappa tem um estilo que é inconfundível e que funde uma profusão intensa de gêneros musicais, que vai do rock, reggae, ao samba, ao funk, ao rap, hip-hop e mpb.
Aliás, as participações especiais nos seus discos e os compositores que aparecem para ajudar a banda são os mais diversificados possíveis: Lenine, Pedro Luis, Bezerra da Silva, Marcelo D2, Sepultura, Asia Dub Foundation... e por aí vai.

Por outro lado, retratam a vida dura das favelas e dos morros com uma poesia que usa elementos do dia-a-dia da vida da comunidade de forma figurativa e de maneira muito engenhosa ("no cerol que traz a vida pra baixo"), fazendo denúncias sociais, falando da miséria que todos vemos ao redor e ficamos inertes, do cinismo do uso das drogas pela elite brasileira, dos movimentos de milícia nas favelas, do desemprego, do sub-emprego, da violência da polícia e do Estado (como em "Tumulto" ou na denuncista "Tribunal de Rua"), do sincretismo religioso do povo favelado (Cristo e Oxalá) e da fé desse próprio povo que luta contra tudo isso para ir à frente.

Em 2003, o Rappa lançou "O silêncio que precede o esporro" e apesar do seu segundo disco "Rappa Mundi", que falei logo acima, ter alavancado a banda e trazido sucessos que nunca deixarão de compor um setlist obrigatório do Rappa em seus shows, acho que "O silêncio que precede o esporro" é onde a banda mostra sua maturidade.

Já completamente refeita da perda do grande Yuka (que até então compunha com Falcão grande parte dos sucessos da banda), e com a entrada de Lobato na batera, a banda mostra (sobretudo no seu DVD) que está completamente pronta para ter o seu lugar, definitivamente, no rol das grandes bandas brasileiras.

Aliás, o DVD é montado em três partes: na primeira, a banda aparece na "toca do bandido", em um show para um grupo pequeno de fãs, pendurados por toda parte e se apertando para conseguir ver a banda. Na parte do meio do DVD, algumas entrevistas e na parte final um show apoteótico no Olimpo, onde a banda começa com a música "O salto" que, para mim, é uma das mais fortes de todas elas e aí passa por todos os discos, mostrando que são "banda" mesmo e que gostam de fazer a coisa ao vivo, sem muita frescura.

Já vi o Rappa nem sei exatamente quantas vezes. Mas lembro a primeira: no Ceará Music, em 2000, eu acho, junto com Sevé, porque Bruno já tinha se afastado, perguntando "como é que se gosta daquilo...".

E daí algumas vezes em João Pessoa, algumas outras em Recife, mas todas sempre com a mesma energia - Uma banda que deixa o público completamente alucinado, cheio de energia, cantando suas músicas, vibrando com as letras, com as palavras de ordem e os palavrões sempre instigantes de Falcão. Acho que junto com Los Hermanos, Skank e Nação, são as melhores desse tempo.

Seu novo disco, Sete Vezes, é outra pérola. Apesar de só duas músicas estarem tocando por aí (Monstro Invisível e Súplica Cearense), ele todo é muito bem feito, do começo ao fim, vale muito a pena dar uma olhada.

Esse é o rappa. É tumulto. E venha ver, porque dentro do tumulto pode estar você!

E só para constar, a foto foi feita por mim, no show do Rappa, em Julho de 2008 em João Pessoa. Ainda dá pra ver o lobato e o Xandão na foto, além do Falcão, claro.

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