Seja Bem-Vindo!

Aqui se fala sobre música, sobre artistas e sobre bandas da cena nacional e internacional, de hoje e de sempre!

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma letra - Babylon - Zeca Baleiro



Baby!
I'm so alone
Vamos pra Babylon!
Viver a pão-de-ló
E möet chandon
Vamos pra Babylon!
Vamos pra Babylon!...

Gozar!
Sem se preocupar com amanhã
Vamos pra Babylon
Baby! Baby! Babylon!...

Comprar o que houver
Au revoir ralé
Finesse s'il vous plait
Mon dieu je t'aime glamour
Manhattan by night
Passear de iate
Nos mares do pacífico sul...

Baby!
I'm alive like
A Rolling Stone
Vamos pra Babylon
Vida é um souvenir
Made in Hong Kong
Vamos pra Babylon!
Vamos pra Babylon!...

Vem ser feliz
Ao lado deste bon vivant
Vamos pra Babylon
Baby! Baby! Babylon!...

De tudo provar
Champanhe, caviar
Scotch, escargot, rayban
Bye, bye miserê
Kaya now to me
O céu seja aqui
Minha religião é o prazer...

Não tenho dinheiro
Pra pagar a minha yoga
Não tenho dinheiro
Pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda
Pra descolar a merenda
Cansei de ser duro
Vou botar minh'alma à venda...

Eu não tenho grana
Pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa
Por isso que eu ando roto
Nada vem de graça
Nem o pão, nem a cachaça
Quero ser o caçador
Ando cansado de ser caça...

Não tenho dinheiro
Pra pagar a minha yoga
Não tenho dinheiro
Pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda
Pra descolar a merenda
Cansei de ser duro
Vou botar minh'alma à venda...

Eu não tenho grana
Pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa
Por isso que eu ando roto
Nada vem de graça
Nem o pão, nem a cachaça
Quero ser o caçador
Ando cansado de ser caça...

Ai, morena! Viver é bom
Esquece as penas
Vem morar comigo
Em Babylon...(4x)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tumulto! Oia Rappa!



De todas as bandas que gosto, acho que nenhuma delas tem tanta energia em um palco quanto O Rappa.

Aliás, essa não é a única (boa) característica dessa banda que já acompanho desde seu segundo disco, em 1996. Aliás, boa parte das músicas desse disco acabaram virando hits obrigatórios da banda em qualquer dos seus shows, como A Feira, Vapor Barato (Waly Salomão e Jards Macalé, Ilê Ayê, Hey Joe, Pescador de Ilusões,Homem Bomba e Tumulto (ainda que nem sempre eles consigam tocar todas nos shows).

De fato, além da força imcomparável que a banda tem ao vivo, onde a gente quase sente que aquele será o último show da banda, de tanto que Falcão se entrega à galera, o Rappa tem um estilo que é inconfundível e que funde uma profusão intensa de gêneros musicais, que vai do rock, reggae, ao samba, ao funk, ao rap, hip-hop e mpb.
Aliás, as participações especiais nos seus discos e os compositores que aparecem para ajudar a banda são os mais diversificados possíveis: Lenine, Pedro Luis, Bezerra da Silva, Marcelo D2, Sepultura, Asia Dub Foundation... e por aí vai.

Por outro lado, retratam a vida dura das favelas e dos morros com uma poesia que usa elementos do dia-a-dia da vida da comunidade de forma figurativa e de maneira muito engenhosa ("no cerol que traz a vida pra baixo"), fazendo denúncias sociais, falando da miséria que todos vemos ao redor e ficamos inertes, do cinismo do uso das drogas pela elite brasileira, dos movimentos de milícia nas favelas, do desemprego, do sub-emprego, da violência da polícia e do Estado (como em "Tumulto" ou na denuncista "Tribunal de Rua"), do sincretismo religioso do povo favelado (Cristo e Oxalá) e da fé desse próprio povo que luta contra tudo isso para ir à frente.

Em 2003, o Rappa lançou "O silêncio que precede o esporro" e apesar do seu segundo disco "Rappa Mundi", que falei logo acima, ter alavancado a banda e trazido sucessos que nunca deixarão de compor um setlist obrigatório do Rappa em seus shows, acho que "O silêncio que precede o esporro" é onde a banda mostra sua maturidade.

Já completamente refeita da perda do grande Yuka (que até então compunha com Falcão grande parte dos sucessos da banda), e com a entrada de Lobato na batera, a banda mostra (sobretudo no seu DVD) que está completamente pronta para ter o seu lugar, definitivamente, no rol das grandes bandas brasileiras.

Aliás, o DVD é montado em três partes: na primeira, a banda aparece na "toca do bandido", em um show para um grupo pequeno de fãs, pendurados por toda parte e se apertando para conseguir ver a banda. Na parte do meio do DVD, algumas entrevistas e na parte final um show apoteótico no Olimpo, onde a banda começa com a música "O salto" que, para mim, é uma das mais fortes de todas elas e aí passa por todos os discos, mostrando que são "banda" mesmo e que gostam de fazer a coisa ao vivo, sem muita frescura.

Já vi o Rappa nem sei exatamente quantas vezes. Mas lembro a primeira: no Ceará Music, em 2000, eu acho, junto com Sevé, porque Bruno já tinha se afastado, perguntando "como é que se gosta daquilo...".

E daí algumas vezes em João Pessoa, algumas outras em Recife, mas todas sempre com a mesma energia - Uma banda que deixa o público completamente alucinado, cheio de energia, cantando suas músicas, vibrando com as letras, com as palavras de ordem e os palavrões sempre instigantes de Falcão. Acho que junto com Los Hermanos, Skank e Nação, são as melhores desse tempo.

Seu novo disco, Sete Vezes, é outra pérola. Apesar de só duas músicas estarem tocando por aí (Monstro Invisível e Súplica Cearense), ele todo é muito bem feito, do começo ao fim, vale muito a pena dar uma olhada.

Esse é o rappa. É tumulto. E venha ver, porque dentro do tumulto pode estar você!

E só para constar, a foto foi feita por mim, no show do Rappa, em Julho de 2008 em João Pessoa. Ainda dá pra ver o lobato e o Xandão na foto, além do Falcão, claro.

Uma Letra - Condicional - Rodrigo Amarante


Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso

Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais

Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.