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domingo, 27 de maio de 2012

Uma letra - Felicidade - Marcelo Jeneci e Chico César



Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Los Hermanos - Abril Pro Rock - Olinda - 20 de abril de 2012

Em três anos, três shows do Los Hermanos, e olha que eles insistem em dizer que a banda acabou... Mas agora havia uma boa desculpa: a comemoração de 15 anos da (extinta?) banda.

Tudo bem, tudo bem, apesar de ser notório que eu mesmo já não pertenço à fase do encantamento inicial com a banda  - vi gente no show que tinha, certamente, menos da metade da minha idade. Eu mesmo estava acompanhado por Sofia, que tem menos que isso ainda e que é bom parâmetro para boa parte dos fãs que estavam lá no Chevrolet Hall no primeiro dia de Abril Pro Rock, comemorativo de 20 anos de existência e que brindava o público com uma das bandas que, desse festival, partiu para a consagração nacional em 1999 - o show serviu para mostrar que as músicas já têm vida própria e continuam emocionando o público, que canta enlouquecido cada uma delas.

Quando, depois de tomar um gole de cerveja, Marcelo entoou: "Moça, olha só o que eu te escrevi: É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê!", o final da frase abafou completamente o som vindo do palco, num coro avassalador do público, já com gente nas costas do outro, com celulares filmando nas mãos, se apertando para ter uma visão melhor nas mais de duas horas e 30 músicas  - algumas, inclusive, incluídas por vontade do público (Pierrot), arrancada sem ensaio - que foram as primeiras de uma turnê que vai durar até o meio do ano.

O som, aliás, começou bem ruim e foi melhorando ao longo da apresentação.

Quando comprei, há uns dez anos atrás, o Bloco do Eu sozinho, muitos dos que estavam ali tinham 7, 8, talvez 9 anos, e, certamente, estavam escurando outras coisas. Nenhuma crítica - na verdade, é sempre importante manter a renovação de público - e no caso dos Los Hermanos é mais ainda, tendo em vista que (em tese) ainda estão num pseudo-hiato deste 2007. De fato, tem muita gente, inclusive, que começou a ouvir a banda depois que ela se desfez. É estranho. O normal é escutar Beatles, Legião, Led Zeppelin (as bandas acabaram e as músicas continuam por gerações, tudo bem). Mas como ficar ir a show de uma banda que acabou e que faz turnê, tem potencialidade para disco e não os produz? É difícil entender, sobretudo com duas cabeças como as de Marcelo e Rodrigo.


Disso vale a pena dizer que ou há um desentendimento mútuo entre os integrantes da banda (e das quatro oportunidades que a vi no palco, esta parece, num olhar mais cuidadoso, a que mostra uma economia ainda maior de comunicação e mesmo de sintonia entre eles... Menos Hermanos que nunca, eu diria); ou então só se procuram para fazer dinheiro exatamente com a garantia dos novos fãs (que seguem, e seguirão, certamente, lotanto as casas de show como fizeram no Recife com mais de 15 mil pessoas), pois por mais promissores que os projetos solos sejam, nem se comparam com o que certamente se arrecada com a banda reunida.

Poxa, vida! Por que não se reunem na Chácara e produzem 12 músicas e lançam um novo disco? No palco, apareceram músicas que nem nome têm ainda, o que mostra que um disco poderia acontecer e facilmente atrairia a curiosidade de quem acompanha a banda há mais tempo e os novos fãs também.

No palco, uma separação que começa a aparecer desde Ventura: Rodrigo (numa estranha magreza, além de bem bronzeado), o músico, o arranjador, o construtor de letras mais complexas e Marcelo, o melancólico, quase meloso, usando um microfone retrô e com suas letras de amor. Mas pouco divertimento entre eles, isso estava claro.

Rodrigo até reclamou de um grupo de fãs que reclamaram um pouco em virtude das distorções provocadas propositalmente pela banda: "Não posso fazer nada. Curte a energia, cara. Usa a imaginação", disse ele.

Mais à frente, conclamou o público a ver os outros shows, das outras bandas, dizendo: "em 99 éramos nós que estávamos no festival".

Além dos Los Hermanos, o Abril Pro Rock teve nessa mesmo sexta-feira os curitibanos d'A Banda Mais Bonita da Cidade com sua sorridente e lúdica vocalista Uyara e o hit instântaneo "Oração"; o pernambucano Tibério Azul, com participação de Vítor Araújo; e os catarinenses do Somato, ganhadores de um concurso patrocinado pelo chocolate Bis. Só deu pra ver o finalzinho da banda mais bonita, cantando, exatamente, seu hit de internet. Foi legal.

Mas de tudo, resta a certeza do começo de uma turnê que já está com os ingressos, pelo que eu sei, praticamente esgotados desde o lançamento. Sucesso garantido para uma banda que faz das suas músicas verdadeiros hinos, cantados com devoção pelo seu público que continua - mesmo que tenhamos novas esperanças com Marcelo Jeneci, Thiago Petit e outros - tendo oportunidade de ter contato com boa música - rock pesado, MPB, Samba, Ska, tudo misturado numa poesia só, que se espera possa ir além do que se vê!

Setlist:
Além do que se vê
O vencedor
Retrato para Iaiá
Todo Carnaval tem seu fim
O vento
A outra
Morena
Primeiro andar
Mais tarde
sétimo andar
Um par
Sentimental
Cadê teu suín?
Acostumar
- Marcelo Camelo
A flor
Cara estranho
Condicional
Deixa o verão

música sem título - Rodrigo Amarante
Pois é
O velho e o moço
Conversa de botas batidas
Último romance

música sem título - Rodrigo Amarante
Casa pré-fabricada
Tenha dó
Pierrot

terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma letra - Drão - Gil

Drão
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura




Drão
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão

Bastante Atrasado - Frejat - Busto de Tamandaré - 28 de Janeiro de 2012

Bem atrasado, mas ainda a tempo de se atualizar...
Dia 28 de Janeiro se encerrou o projeto Estação do Som em João Pessoa com o show do carioca Frejat, chamado de "A tal da Felicidade". E esse realmente foi o clima de praticamente todo o show, com um repertório que saiu muito do roteiro "Barão Vermelho" e foi a Caetano, com "Você não entende nada", passou por Cazuza, com "Por que a gente é assim", um medley muito suigado - e segundo o próprio Frejat, do tempo em que havia realmente a Black Music brasileira - com "Não vou ficar, Réu Confesso e Você, todas da Vitória Régia e do saudoso Tim Maia. Indo além foi também no Pessoense Herbert Vianna, cantando "Caleidoscópio". Assim, nessa primeira parte do show, ele acabou surpreendendo os que, talvez como quem vai a um show sem saber exatamente o que vai ser tocado, não esperavam muita coisa do ex-guitarrista do Barão. Na segunda parte do show, Frejat entra nas suas composições pós Barão (e a partir de 2001, com "Desejos") e vai variando com as mais consagradas e conhecidas do público. Das óbvias aparecem "Malandragem", "Amor pra Recomeçar", "Por Você", "Bete Balanço" e "Puro Êxtase". No meio dessas, entrecorta com "Ainda é Cedo" do Renato Russo (uma das minhas preferidas) e, no Bis, faz a linda ‘Pra Recomeçar’ e "Segredos" (quem não viu o clipe, é lindo, vale a pena, foi inclusive vencedor do VMB - Melhor clipe POP 2002 e do prêmio Multishow 2003), e na última música, uma surpresa, com Bruno Gouveia subindo ao palco e, com sua atuação performática, já bem conhecida e adorada pelo público pessoense, dividiu com Frejat o hit "Exagerado", levando o público ao delírio. Pena que ele mesmo (Bruno) que tinha show marcado para a praia de Intermares logo após o show de Frejat, amargou o cancelamento da festa - acho que por falta de público mesmo.
Apesar das reclamações da imprensa local depois do show, alegando que Frejat não falou com ninguém antes de entrar no palco, o show foi magistral. Na minha opinião, melhor que o de Lulu Santos, que fez, esse sim, um show burocrático e sem a menor empatia do público (que já tinha um lance de mal-estar com ele). Frejat se comunicou o tempo inteiro com a platéia, elogiou o show anterior de "Zé Viola", e disse, no final que "vou ficar velhinho e não vou esquecer esse show aqui". Foi realmente muito simpático e empolgou a platéia, que saiu maravilhada com o que viu. Não era o Barão, é verdade. Nunca seria sem Cazuza, mas aparentemente, depois de um amadurecimento muito intenso do pondo de vista musical, Frejat se tornou um compositor virtuoso, de letras ricas e que também não deixa de revisitar velhos ritmos dos quais parece gostar muito, como é exemplo da Black Music brasileira. Encerrou assim, com chave de outro, o Festival de Música em João Pessoa.